O Glaucoma é uma das doenças oculares que mais causam cegueira irreversível, além de na maioria das vezes ser uma doença silenciosa. Por isso, inspirada no Maio Verde, mês de prevenção e combate do Glaucoma, a oftalmologista do Ipesaúde, Mila Gonçalves, falou sobre o assunto.
“O principal tipo de glaucoma no Brasil é assintomático, sem sinais para o paciente nos seus estágios iniciais. A pressão ocular elevada vai lentamente danificando o nervo óptico, levando a uma perda imperceptível da periferia do campo visual. Quando não tratada, a doença avança e os defeitos de campo visual se estendem para o centro da visão progressivamente, configurando a cegueira. Em jovens, o glaucoma tende a apresentar pressões mais elevadas, justificando em alguns pacientes sintomas como dores de cabeça e a percepção de halos coloridos ao redor de focos luminosos”, explica Mila.
Para o tratamento ser muito mais eficaz é importante que o glaucoma seja descoberto logo nos estágios iniciais.
“O diagnóstico precoce é a principal arma diante desta doença silenciosa e acontece no momento da consulta oftalmológica de rotina. A primeira suspeita do problema é identificada através da verificação da pressão ocular, procedimento que deve ser feito em qualquer consulta oftalmológica. Porém, nem todos os pacientes com glaucoma apresentam aumento da pressão intraocular. Por isso, o principal exame para investigar a doença é o que chamamos de Exame de Fundo de Olho, verificamos não só a retina, como também o nervo óptico”, esclarece a oftalmologista Mila Gonçalves.
Apesar de não ter cura, o glaucoma pode ser controlado, na maioria das vezes, com tratamento adequado e contínuo. Pois, a ausência de rotina oftalmológica pode levar a progressão do problema lentamente, pode demorar anos para que o paciente perceba a alteração no campo de visão.
Tratamento
O tratamento do Glaucoma é focado na redução da pressão intraocular. “Ao tratarmos esse problema, focamos na redução da pressão intraocular, por meio de medicamentos como colírios ou de procedimentos cirúrgicos, a escolha do método dependerá de cada caso. Apesar de a perda da visão causada pela doença não ser recuperada, o tratamento evitará que ela progrida”, esclarece a oftalmologista do Ipesaúde, Mila Gonçalves.
Para que o tratamento seja muito mais eficaz, o paciente deve ter disciplina, no que diz respeito ao uso dos medicamentos.
Segundo a oftalmologista Mila Gonçalves, “o uso dos colírios específicos diários e para o resto da vida são a base do tratamento e é fundamental seguir à risca a orientação médica para utilização dos colírios”, disse e acrescentou “por não perceberem a evolução da doença, muitos pacientes tendem a negligenciar a administração desses remédios, o que reflete negativamente no resultado do tratamento e progressão da enfermidade e possa chegar ao ponto de causar cegueira irreversível”.
Sendo assim, a correta adesão ao tratamento é fundamental para impedir a evolução do quadro e manter a visão sem danos futuros. Afinal, trata-se de uma doença silenciosa, irreversível e sem cura. Nesse sentido, é importante entender que a eficácia do tratamento está ligada a outro fator crucial: o diagnóstico precoce.
Maio Verde
O maio verde foi criado para alertar a população acerca da importância de descobrir precocemente o glaucoma e tratar adequadamente evitando assim a perda da visão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o glaucoma afeta cerca de 900 mil pessoas no Brasil. Por isso, mesmo durante a pandemia da COVID-19 é essencial cuidar da saúde ocular.
A sede do Ipesaúde fica localizada na Rua Campos, 177, São José.
