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Luta Antimanicomial é discutida por profissionais do Ipesaúde

Última atualização em 11/09/2019 às 07:27:38

Por Daniele Carvalho Castro- Psicóloga – CRP 12/1072

A Luta Antimanicomial consiste em um movimento pelos direitos das pessoas com sofrimento mental, através do combate à ideia de que se deve tratá-las com isolamento ou tratamentos que lhes privem de seus direitos civis e sociais, abordagem que se ancora apenas nos preconceitos que historicamente permeiam o campo das doenças mentais.

A reforma psiquiátrica brasileira iniciou-se em 1987, como extensão de outros movimentos de luta política na área da saúde pública no Brasil, promovidos por profissionais de saúde que contribuíram na própria constituição do SUS. Naquele ano, a discussão sobre a possibilidade de uma intervenção social para o problema da saúde mental, especificamente dos abusos e violência identificados nos manicômios, ganhou relevância, permitindo o surgimento específico deste movimento. Estabeleceu-se, assim, o lema do movimento: “Por uma sociedade sem manicômios”, e o 18 de maio foi referenciado como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, data comemorada desde então em todo o país.

O Movimento da Luta antimanicomial destaca que todo cidadão, mesmo acometido de um agravo em sua saúde mental, tem o direito fundamental à liberdade, o direito a viver em sociedade, além do direito a receber cuidado e tratamento sem que para isto seja destituído de seu lugar de cidadão.

O coordenador do Serviço de Atenção em Saúde Mental do Ipesaúde (SASM), Alessandro Reis, aproveita a data para alertar a sociedade a respeito da importância de se atualizar, dia a dia e ano a ano, os princípios dessa luta, buscando compreendê-la para além do simples “fechamento dos manicômios”, pois ela representa uma perspectiva muito mais ampla de mudança de paradigma em relação à dimensão do cuidado dispensado aos cidadãos em sofrimento mental. Paradigma que redireciona não somente os protocolos clínicos na área de Saúde Mental, mas, acima de tudo, um modelo de sociedade pautado nos direitos humanos e sociais e numa cultura de paz:

“O SASM se irmana, nesse sentido, aos princípios da Luta Antimanicomial, porque opera um lógica assistencial ancorada em cuidado ampliado e respeito a todos os cidadãos”.

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