O Diabetes, crescente problema de saúde ao redor do mundo, é uma doença crônica na qual o corpo deixa de produzir insulina, hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue. Essa definição da Sociedade Brasileira de Diabetes reflete a realidade de milhões de pessoas.
Entre as complicações causadas pela doença, o pé diabético é uma das mais comuns, sendo uma das principais causas de amputação de membros, como explica a enfermeira do Centro de Endocrinologia e Diabetes do Ipesaúde, Hortência Gois.
“O pé diabético é uma das principais complicações do Diabetes e tem um alto nível de mortalidade e custos financeiros. Pessoas com Diabetes têm 2% de incidência anual de ulcera nos pés e um risco de 19 a 30% de desenvolver ao longo da vida. 40 a 70 do total de amputações não traumáticas de membros inferiores na população. Aproximadamente 25% das internações dos diabéticos são decorrentes de complicações nos membros inferiores. 85% das amputações são decorrentes de úlceras nos pés e por isso a importância da prevenção”, pontua Hortência Gois.
Ainda de acordo com a enfermeira, o pé diabético é a presença de infecção, ulceração e destruição de tecidos profundos, associados a anormalidades neurológicas e vários graus de doenças vasculares periféricas em pessoas com Diabetes. A prevenção é imprescindível e pode ser realizada com mudança do estilo de vida, pois existem fatores de risco, a exemplo de pessoas que já tivera feridas ou amputações; neuropatia confirmada; deformidade nos pés; doença arterial periférica; paciente que fuma; problema de circulação correm maior risco de desenvolver uma úlcera no pé.
Prevenção
O paciente diabético necessita dessa prevenção e ao menos uma vez ao ano, ou a cada 6 meses, ele precisa fazer o exame que vai diagnosticar precocemente algumas alterações, prevenir possíveis feridas e amputações. Essa ação faz com que o paciente veja a importância de cuidar dos pés, pois precisamos ter um olhar minucioso nesses cuidados, que podem passar por muitas vezes despercebidos, como alguma lesão, uma avaliação de como está o calçado desse paciente, entre outros.
O Ipesaúde possui uma equipe qualificada e capacitada para a realização do exame do exame do pé diabético, procedimento que avalia as condições do membro e alerta o paciente para os cuidados. Os beneficiários diabéticos são acolhidos no Centro de Endocrinologia e Diabetes e, de acordo com a enfermeira, Hortência Gois, “os pacientes já tiveram a consciência da importância do exame, que pode ser solicitado pelo médico, nutricionista ou enfermeiro, tendo em vista que todo paciente diabético precisa fazer o exame”, disse.
Se algum paciente desenvolver a ferida no pé, o Centro também possui o ambulatório de feridas, que consiste na assistência como limpeza e curativos, tratamentos adequados para aquele tipo de condição, como rachaduras ou outras lesões, sempre com o objetivo de diminuir os riscos de problemas maiores. Caso isso ocorra, após a cicatrização, o paciente pode sim realizar o exame do pé para avaliação e de acordo com sua necessidade.
Pandemia
Nesse momento de pandemia, os cuidados com os pés precisam ser contínuos, já que as pessoas têm passado mais tempo em casa. Limpar corretamente, hidratar o dorso e planta dos pés , evitar cortar o canto das unhas, secar bem entre os dedos, evitar andar descalço, usar meias de algodão e calçados com solado antiderrapante para evitar quedas, evitar sandálias de dedo, a não ser na hora do banho, entre outros cuidados.
A enfermeira Hortência Gois dá mais algumas orientações para os beneficiários diabéticos. “Observou se tem alguma ferida, bolha, unha mais encravada, busca acompanhamento ou tratamento . É importante que o paciente tenha esses cuidados em casa, para que não precise ir para o hospital, se expor a riscos. O autocuidado é essencial. Unha mudando de cor, dedo mudando a coloração e se paresentar dificuldade deve pedir ajuda de algum familiar.


