Última atualização em 03/09/2019 às 10:34:43
O Dia Mundial do Câncer foi lembrado no último dia 4 de fevereiro. Para marcar a data, o Ipesaúde fez uma entrevista com o Dr. Luciano de Albuquerque Franco. Urologista da instituição o médico conversou um pouco sobre o câncer de próstata.
Ele explica que não existe de fato uma prevenção contra esse mal, o que existe é um rastreamento da doença. “Se for para o homem ter o câncer isso irá acontecer inevitavelmente”, destaca o profissional. Segundo ele a questão está mais relacionada à genética do paciente do que a hábitos insalubres. Fazer exames a partir dos 45 anos ainda é a melhor forma de diagnóstico.
Sobre esses exames o Dr. Luciano disse que fazer um teste sanguíneo – o chamado PSA – ou mesmo o ultrassom não são suficientes. Para saber de fato se o beneficiário tem alguma anomalia na próstata é necessário o toque retal. “Nenhum exame é infalível”, ressalta o médico. Segundo ele 20% dos casos constatados de câncer na glândula estavam com o PSA normal. Já o ultrassom serve mais para verificar o crescimento da próstata, alguma dificuldade que o paciente tenha para urinar e análise da própria bexiga. “No toque retal podemos encontrar nódulos para averiguação posterior em biópsia”, enfatiza o doutor ao complementar que alguns casos são assintomáticos, ou seja, o paciente não sente nem dor e nem o câncer se formar.
Com essas verificações dá para saber se há alguma anomalia na próstata. “Daí precisamos verificar se esse crescimento é normal ou se já é um prenúncio da doença”, explica. O urologista chama a atenção para aquelas pessoas que possuem histórico desse tipo de câncer na família. Segundo ele esses cidadãos precisam realizar exames um pouco mais cedo, a partir dos 40 anos. “Esses homens precisam dessa conscientização”. De uma forma geral, segundo o clínico, nada mais pode ser feito caso o diagnóstico mostre a doença numa fase mais avançada; os médicos apenas irão tratá-la.
Conscientização
O preconceito relacionado ao toque retal é coisa do passado segundo Dr. Luciano Franco. De acordo com o profissional seus pacientes sempre o questionam sobre os procedimentos necessários sem nenhuma objeção. Os resultados das campanhas de esclarecimento são reflexos desse fato, na sua visão. “Quando intensificamos uma conscientização em cima de determinado tema isso vai ficar gravado com a pessoa por toda a vida”, enfatiza o médico. Ainda de acordo com o especialista no mês de novembro há um aumento natural das consultas por causa do Novembro Azul (campanha de esclarecimento sobre o câncer de próstata).
O aumento no número de casos diagnosticados é uma realidade, não só no Brasil como no mundo inteiro. A explicação para o fato está na evolução da medicina e na vida longa da população global. “Uma coisa boa é que no passado esse tipo de averiguação era mais comum quando a doença já estava numa fase mais avançada, hoje é o inverso”, comemora o especialista. O índice de cura também é maior em virtude de haver mais conscientização e procura pelo exame. “Com isso os urologistas conseguem detectar a doença em sua fase inicial a tempo de curar o paciente”, explicou.
Por uma questão genética os negros são mais propensos a ter câncer na próstata. Já nos asiáticos a incidência é menor por causa de sua alimentação saudável. Segundo o Dr. Luciano os homens ocidentais, de uma maneira geral, correm mais risco de desenvolver a doença. O principal motivo está no hábito alimentar. “Nós ingerimos muitos condimentos como sal, pimenta e outras especiarias; ao contrário de um japonês, por exemplo, que culturalmente possui alimentação mais saudável”, explica. O urologista ainda disse que os homossexuais não entram na zona de risco. “Não há relação entre o câncer de próstata e a prática do sexo anal por casais homo afetivos”, salientou o médico que em duas décadas de atendimento presenciou apenas um caso de paciente gay com a doença.
A especialidade urológica não trata apenas da próstata. As vias urinárias do paciente e órgãos sexuais como um todo também são analisadas pelo especialista. Qualquer pessoa do gênero masculino precisa consultar regularmente um urologista. “Com os pacientes mais velhos verificamos e acompanhamos a parte relacionada a disfunções eréteis e hormonais. Já com os mais jovens procuramos conscientizá-los sobre os perigos da promiscuidade e doenças sexualmente transmissíveis”, finalizou o Dr. Luciano Franco.
O setor de Urologia do Ipesaúde fica no bloco 2B, primeiro andar da sua sede localizada em Aracaju na Rua Campos, 177 Bairro São José. Telefone: (79) 3226-2828

